Na Bósnia-Herzegovina, onde os sérvios formavam 31% da população, houve uma guerra terrível entre 1992 e 1995. Os sérvios locais, comandados por ex-oficiais do exército iugoslavo, organizaram-se em poderosas milícias, equipadas com armamento fornecido pela Iugoslávia, e deram início a uma ação de "limpeza étnica", expulsando os moradores bósnios e também croatas (11% da população da Bósnia). As violências praticadas contra os bósnios foram particularmente atrozes, com dezenas de milhares de estupros e outros tantos fuzilamentos de civis.
- A Bósnia permaneceria um único país dentro das fronteiras atuais, mas dividido entre uma federação muçulmano-croata (com 51% do território) em uma república sérvia (com 49%).
- Haveria um governo central, com presidente e Parlamento nacional. A moeda seria única.
- Acusados de crimes de guerra ficariam de fora nas eleições de 1996.
- Os refugiados, cerca de 2 milhões de pessoas, poderiam voltar para casa
- Força internacional com 60.000 soldados supervisionaria o acordo.
- Sarajevo não seria dividida.
- Uma faixa de 5 quilômetros de largura - o Corredor de Posavina - ligaria áreas sérvias.
- Um corredor ligaria o enclave muçulmano de Gorazde com a Federação Muçulmano-Croata.
A ONU interveio na Bósnia com uma "força de paz" que se mostrou incapaz de conter as agressões dos sérvios. A OTAN enviou algumas tropas em 1995, mas sua atuação efetiva limitou-se à realização de alguns bombardeios aéreos contra alvos sérvios na Bósnia.
O fator decisivo para pôr fim ao conflito foi o embargo comercial imposto pela Assembléia Geral da ONU à Iugoslávia desde 1992. O agravamento da crise econômica fez com que o presidente iugoslavo Milosevic interrompesse os fornecimentos aos sérvios da Bósnia. Estes, sentindo-se enfraquecidos, aceitaram negociações intermediadas pelo presidente norte-americano Bill Clinton. Finalmente, em dezembro de 1995, um acordo de paz assinado em Dayton, nos Estados Unidos, transformou a Bósnia-Herzegovina em um Estado estruturalmente semelhante à atual Iugoslávia: 51% do território formam uma Federação Muçulmano-Croata e os 49% restantes constituem a República Sérvia da Bósnia - ambas com enorme autonomia, embora teoricamente subordinadas ao governo federal.
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