quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Simón Bolívar

    
Bolívar foi aclamado libertador em 1813,
ao invadir a Venezuela

     Um dos maiores vultos da história latino-americana, Bolivar comandou as revoluções que promoveram a independência da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar Palacios y Blanco nasceu na aristocracia colonial. Recebeu excelente educação de seus tutores e conheceu as obras filosóficas greco-romanas e as iluministas.

      Aos nove anos, perdeu os pais e ficou a cargo de um tio. Este o enviou à Espanha, aos 15 anos, para continuar os estudos. Lá, Bolívar conheceu María Teresa Rodríguez del Toro y Alayza, com quem casou em 1802. Pouco depois de terem voltado para a Venezuela, a esposa morreu de febre amarela. Bolívar então jurou nunca mais casar.



      Em 1804, retornou para a Espanha. Na Europa, presenciou a proclamação de Napoleão como imperador da França e perdeu o respeito por ele, considerando-o traidor das idéias republicanas. Após breve visita aos EUA, regressou para a Venezuela em 1807.

       No ano seguinte, Napoleão provocou uma grande revolução popular na Espanha, conhecida como Guerra Peninsular. Na América, organizações regionais se formaram para lutar contra o novo rei, irmão de Napoleão.

     Caracas declarou a independência, e Bolívar participou de uma missão diplomática à Inglaterra. Na volta, fez um discurso em favor da independência da América espanhola. Em 13 de agosto de 1811, forças patriotas, sob o comando de Francisco de Miranda, venceram em Valencia. Mas, no ano seguinte, depois de vários desastres militares, os dirigentes revolucionários entregaram Miranda às tropas espanholas.

     Bolívar escreveu o famoso "Manifesto de Cartagena", sustentando que Nova Granada deveria apoiar a libertação da Venezuela. Em 1813, invadiu a Venezuela e foi aclamado Libertador. Em junho daquele ano, tomou Caracas e, em agosto, proclamou a segunda república venezuelana.

       Em 1819, organizou o Congresso de Angostura, que fundou a Grande Colômbia (federação que abrangia os atuais territórios da Colômbia, Venezuela, Panamá e Equador), a qual nomeou Bolivar presidente. Após a vitória de Antonio José de Sucre sobre as forças espanholas (1822), o norte da América do Sul foi enfim libertado.

     Em julho de 1822, Bolívar discutiu com José de San Martín a estratégia para libertar o Peru, mais ao sul. Em setembro de 1823, ele e Sucre chegaram a Lima para planejar o ataque. Em agosto de 1824, derrotaram o exército espanhol. No ano seguinte, Sucre criou o Congresso do Alto Peru e a República da Bolívia (assim batizada em homenagem a Bolívar). Em 1826, Bolívar concebeu o Congresso do Panamá, a primeira conferência hemisférica.

       Em 1827, devido a rivalidades pessoais entre os generais da revolução, eclodiram guerras civis na Grande Colômbia. Em 25 de setembro de 1828, em Bogotá, Bolívar sofreu um atentado, conhecido como "conspiração setembrina", da qual saiu ileso graças à ajuda de sua companheira, Manuela Sáenz. Com a guerra civil de 1829, a Venezuela e a Colômbia se separaram; o Peru aboliu a Constituição bolivariana; e a província de Quito tornou-se independente, adotando o nome de Equador.

         Acuado e tuberculoso, o Libertador morreu no ano seguinte, aos 47 anos.

Guerra do Chaco

Região do Chaco

      A Guerra do Chaco foi um conflito entre Paraguai e Bolívia, pela disputa da região do Chaco Boreal, entre 1932 e 1935. Essa região em questão, apresentava uma grande vantagem devido à descoberta de petróleo nas proximidades dos Andes, além de permitir uma outra importantíssima vantagem estratégica, no Chaco Boreal se localizava o rio Paraguai, a principal forma de acesso ao oceano Atlântico. 

     Anteriormente, a região do Chaco já pertencia à Bolívia, no antigo Vice-Reinado do Rio da Prata. Após perder também sua saída ao mar para o Chile, na Guerra do Pacífico, em 1879, não queria perder o petróleo na região dos Andes nem o controle do rio Paraguai. 

     As disputas resultaram em um conflito que provocou a morte de 60 mil bolivianos e 30 mil paraguaios, tendo como resultado a derrota dos bolivianos, que mesmo possuindo um exército bem maior em número, perdeu seu território.

Guerra do Vietnã



     
Soldados Norte-Americanos em campo de batalha no Vietnã


     
     Ocorreu entre os anos de 1959 e 1975 e é considerado o mais violento conflito da
segunda metade do século XX.


     Laos, Vietnã e Camboja faziam parte de uma região conhecida como Indochina. Estavam sobre o domínio francês e queriam a independência.

     Para entender melhor o conflito é preciso saber que durante a Segunda Guerra, o Japão invadiu e dominou esta região. Com o objetivo de combater os orientais, os vietnamitas, liderados por Ho Chi Minh (líder revolucionário), se reuniram e formaram a Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã (ligada ao partido comunista).

    Os primeiros conflitos ocorreram em 1941, ainda durante a Segunda Grande Guerra.
Quando esta terminou, começou o processo de descolonização, que originou uma luta entre tropas francesas e guerrilheiros do Viet Minh (Liga para a Independência do Vietnã).

       Derrotados, os franceses tiveram que aceitar a independência.

      Em 1954, a Conferência de Genebra (convocada para negociar a paz) reconheceu a Independência do Camboja, Laos e Vietnã.
     
      Outra medida tomada estabeleceu que o Vietnã ficaria dividido em:
- Vietnã do Norte: socialista governado por Ho Chin Minh
- Vietnã do Sul: capitalista governado por Ngo Dinh-Diem

      Essa divisão estaria valendo até as eleições para unificação do país, em 1956.

     Em 1955, Ngo Diem liderou um golpe militar tornando-se ditador. Diem cancelou as eleições, proclamou a Independência do Sul, brigou com os budistas, perseguiu nacionalistas e comunistas e seu governo foi marcado pela corrupção. Os americanos o apoiaram, porque estavam convencidos de que os nacionalistas e comunistas de Ho Chi Minh ganhariam as eleições e isso não era bom; pois se os comunistas ganhassem, acabariam influenciando outras nações a segui-los (“Teoria de Dominó”).

     Os EUA passaram a colaborar com o Vietnã do Sul enviando armas, dinheiro e conselheiros militares.
Tudo isso fez com que surgissem os movimentos de oposição: Frente Nacional de Libertação (apoiados pelo Vietnã do Norte) juntamente com o seu exército Vietcong.

     Apoiados pelos americanos e suas armas poderosas os sul-vietnamitas atacaram por 10 anos o norte.
Porém, depois que algumas embarcações americanas foram bombardeadas no Golfo de Tonquim, o presidente Lindon B. Johnson ordenou bombardeios de represália contra o Vietnã do Norte. Esse fato marcou a entrada dos EUA na guerra (1965).

     Em 1968, as tropas do norte e os vietcongs fizeram a chamada Ofensiva do Tet, ocupando inclusive a embaixada americana em Saigon. Isso fez com que os americanos sofressem sérias derrotas.

   A guerra continuava e os americanos não estavam muito felizes. Várias manifestações foram realizadas contra a participação dos EUA na guerra.
Em 1972, durante o governo do presidente Nixon, os EUA bombardearam a região de Laos e Camboja utilizando, inclusive, armas químicas, mas não adiantou, pois os guerrilheiros continuavam lutando.

     Eles (guerrilheiros) se saíram melhor, principalmente pelas vantagens geográficas, já que conheciam bem a região.
     
     Os americanos se retiraram do conflito em 1973; porém, a guerra só foi encerrada de fato em 30/04/1975, pois ainda havia alguns conflitos contra o norte.

     Em 1976, o Vietnã se reunificou e passou a se chamar República Socialista do Vietnã.

     A Guerra do Vietnã, como já foi dito no início deste texto, é considerado um dos conflitos mais violentos do século XX.

     Durante todo o desenrolar da guerra, os meios de comunicação do mundo inteiro divulgaram a violência e intensidade do conflito, além de falarem sobre o mau desempenho dos americanos, que investiram bilhões. Foi nesta guerra que os helicópteros foram usados pela primeira vez.

     Como em toda guerra, não existem vencedores, somente vítimas. Calcula-se que milhões de pessoas (civis e militares) morreram.

Tratado de Versalhes



     A Primeira Guerra Mundial foi um conflito global ocorrido entre 1914 e 1918 na Europa, que envolveu as principais potências daquela época: Alemanha, Inglaterra, França, Rússia, Estados Unidos, Itália e Áustria.

     No início de 1918, a Alemanha já se via enfraquecida, isolada e sem meios de manter os combates. Assim, em 11 de novembro do mesmo ano, o governo alemão assinou o acordo de paz, numa grande desvantagem. Pelo acordo, a Alemanha concordava, por exemplo, em retirar suas tropas de todas as regiões ocupadas durante a guerra, devolver materiais, armamentos e submarinos aos adversários, além de indenizá-los pelos territórios ocupados.

     Após a rendição do governo alemão, foram realizadas diversas conferências no palácio de Versalhes (França), nas quais participavam os representantes dos países vencedores da guerra. Tais conferências eram lideradas pelos representantes dos Estados Unidos, da França e da Inglaterra e, a partir delas foi criado o Tratado de Versalhes, um tratado de paz que pôs fim oficialmente à Primeira Guerra Mundial.



     O Tratado de Versalhes foi assinado pelas potências europeias em 28 de junho de 1919, impondo severas obrigações aos alemães. De acordo com o tratado, a Alemanha deveria: 

  • Devolver à França o território da Alsácia-Lorena – a Alsácia-Lorena era uma região muito rica em carvão e minérios de ferro, que foi cedida pela França aos alemães devido à derrota na guerra Franco-Prussiana, em 1870. 
  • Reconhecer e respeitar a independência da Áustria. 
  • Passar a província do Sarre para o domínio da Liga das Nações durante 15 anos – a Liga das Nações era uma sociedade formada por países-membros de todos os continentes, cuja missão era intervir em conflitos internacionais, tentando preservar a paz no mundo. 
  • Ceder outras regiões à Dinamarca, à Bélgica e à Polônia – todos os direitos sobre as colônias ultramarinas deveriam ser renunciados pela Alemanha. 
  • Diminuir o poderio militar de seus exércitos, sendo proibida a construção de aviação militar – um trecho do tratado dizia que o exército alemão não poderia ter mais do que 7 divisões de infantaria e 3 divisões de cavalaria. 
  • Não fabricar nem importar tanques, carros blindados ou quaisquer outros maquinários que pudessem servir como instrumento de guerra. 
  • Abolir todo serviço universal militar e obrigatório – a partir daquela data, o exército alemão só poderia ser constituído e recrutado por meio de alistamento voluntário. 
  • Entregar a maior parte dos seus navios mercantes à Inglaterra, à França e à Bélgica. 
  • Pagar uma enorme indenização em dinheiro às nações vencedoras, como forma de reparar todos os danos causados à sua população civil. 
     O Tratado de Versalhes causou uma grande indignação na população alemã, que julgava injustas e muito humilhantes todas as imposições do acordo. O pagamento da astronômica indenização fez a economia da Alemanha cair por terra e as próximas duas décadas foram marcadas por uma enorme crise no país: desemprego, inflação, desvalorização da moeda.

     Essa crise econômica, política e moral trouxe de volta o nacionalismo alemão, que, mais tarde, faria com que o país enfrentasse mais um conflito armado: a Segunda Guerra Mundial.

Os EUA na Primeira Guerra Mundial

     
     Em 1914, o estouro da Primeira Guerra Mundial determinou o consumo de uma tensão que se desenvolvia entre as nações da Europa desde o século XIX. Antes da guerra, os Estados Unidos defendiam a política de “portas abertas” como a melhor solução para a forte concorrência imperialista. Nesse âmbito, as autoridades do governo dos EUA acreditavam que todos os imperialistas tinham direitos iguais na exploração dos territórios afro-asiáticos.

     Apesar dessa premissa conciliadora, os países europeus preferiam a guerra como solução. Nesse novo contexto, os Estados Unidos passaram a lucrar à custa da Primeira Guerra Mundial. Em um curto espaço do tempo, as nações europeias necessitavam de enormes quantidades de alimentos e armas para o conflito. Mesmo que permanecendo neutro, por uma questão de interesse e afinidade, o governo norte-americano exportava seus produtos apenas às nações integrantes da Tríplice Entente.

     O comportamento solidário dos EUA logo se aprofundou, principalmente quando observamos o empréstimo de recursos financeiros para a guerra na Europa. Até esse momento, o conflito se transformava em um evento bastante lucrativo e benéfico para a economia norte-americana. No âmbito político, os Estados Unidos esperavam que a nação pudesse se fortalecer ainda mais ao possivelmente assumir a condição de intermediadora dos tratados de paz.

     Tais projeções mudariam de rumo no ano de 1917. Naquele ano, os russos abandonaram a Tríplice Entente com o desenvolvimento da Revolução Russa. Para as potências centrais, essa seria a oportunidade ideal para vencer o conflito. Não por acaso, os alemães puseram em ação um ousado plano de atacar as embarcações que fornecessem mantimentos e armas para a Inglaterra. Nesse contexto, navios norte-americanos foram alvejados pelos submarinos da Alemanha.

     Nesse momento a neutralidade norte-americana se tornava insustentável por duas razões fundamentais. Primeiramente, porque a perda das embarcações representava uma clara provocação que exigia uma resposta mais incisiva do governo americano. Além disso, a saída dos russos aumentava o risco da Tríplice Entente ser derrotada e, consequentemente, dos banqueiros estadunidenses não receberem as enormes quantidades de dinheiro emprestado aos países em guerra.

     No dia 6 de abril de 1917, os Estados Unidos declararam guerra contra os alemães e seus aliados. Um grande volume de soldados, tanques, navios e aviões de guerra foram utilizados para que a vitória da Entente fosse assegurada. Em pouco tempo, as tropas alemãs e austríacas foram derrotadas. Em novembro de 1918, o armistício de Compiègne acertou a retirada dos alemães e a rápida vitória da Tríplice Entente.